
2018 não tem sido um ano fácil para o brasileiro. Além das diversas complicações político-econômicas, a nossa suprema corte tem tomado medidas importantes a fim de aprovar o ADPF 442, ajuizado pelo Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL) e que, na prática, descriminaliza o aborto até 12 semanas de gestação no país. O movimento pró-vida brasileiro e a campanha do Médicos pela Vida, já citados neste site, pretendem denunciar o ativismo judicial em relação ao assunto de grande interesse geral.
Visando contribuir adicionalmente com a discussão, entrei em contato com a Dra Luciana Hoffert, professora da disciplina de embriologia na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Ela gentilmente nos cedeu textos de seu projeto Embriopedia, no qual dissemina informações acerca do desenvolvimento embrionário numa linguagem objetiva, clara e acessível para leigos. Assim, segue a descrição embriológica para a primeira semana após fecundação.
Bento J Abreu
1a Semana
Depois da fecundação, o bebê começa a se desenvolver. Ele ainda é uma única célula, chamada zigoto, que sai da tuba uterina para chegar até o útero. Durante este caminho , vai deixando de ser apenas uma célula ao se dividir constantemente em cada vez mais células. Este processo se chama clivagem.
Cada nova célula formada recebe o nome de blastômero. Cerca de três dias depois, o zigoto vira uma esfera de doze ou mais células (agora se chama mórula). É nesta fase que ele gruda na parede do útero (a famosa nidação), onde vai se desenvolver ao longo da gestação. Ocorrem inúmeras diferenciações celulares, gerando o primórdio do embrião que agora se chama blastocisto).
Dra Luciana Hoffert Castro Cruz
Universidade Federal de Ouro Preto – luhoffert@ufop.edu.br