Qual a intervenção fisioterapêutica após uma retirada de bolsa de colostomia?

No dia 28 de janeiro, o Presidente Jair Bolsonaro foi internado no
Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, com o intuito de retirar uma da bolsa de colostomia, nefando resquício da tentativa de homicídio que sofrera do ex-militante do PSOL, Adélio Bispo, ainda durante a campanha presidencial de 2018.

De acordo com os boletins médicos repercutidos pela mídia, sabe-se que o Presidente foi submetido à anestesia geral a fim de deixá-lo momentaneamente inconsciente e insensível à dor; além disso, esses mesmos fármacos causam relaxamento muscular em todo o corpo. E considerando a importância do diafragma para a função respiratória (um dos principais agonistas da inspiração), o músculo pode não “trabalhar” adequadamente após longos períodos de sedação, assim como os demais músculos do corpo.

A partir dessa situação, a fisioterapia se destaca no processo de reabilitação a fim de reduzir o tempo de hospitalização e propiciar inúmeros outros benefícios. Segue abaixo algumas ações que o fisioterapeuta pode realizar no pós-operatório imediato do exemplo mencionado:

  • O profissional pode manusear os ventiladores mecânicos (utilizados para substituir totalmente ou parcialmente a função pulmonar);
  • Regular dosagem de oxigênio (visando a oxigenação celular);
  • Propiciar retorno ou até aprimoramento da força pulmonar (melhorar inspiração e expiração), evitando insuficiência respiratória;
  • Manter vias as aéreas pérvias para melhor condução do ar;
  • Evitar deformidades articulares ou rigidez musculares;
  • Evitar aderência cicatricial;
  • Realizar a cinesioterapia a fim de manter os movimentos corporais:
    Movimentação articular passiva (movimentos realizados totalmente pelo fisioterapeuta e/ou por equipamentos), ativo-assistida (paciente realiza com ajuda do fisioterapeuta e/ou por equipamentos), ativa (só o paciente realiza) ou resistida (paciente realiza só e é adicionado peso), alongamento muscular. Tudo com o objetivo de prevenir surgimento e/ou deslocamento de trombos sanguíneos;
  • Realizar e orientar a equipe e os familiares quanto à mudança da posição deitada, a fim de se evitar complicações pulmonares e úlceras de pressão;
  • Iniciar, mediante orientação médica, deambulação controlada e exercícios ainda em ambiente hospitalar.

A fisioterapia é extremamente importante para que se evite ao máximo as complicações pós-cirúrgicas, além de propiciar ao paciente retorno o mais breve possível para suas atividades normais.

Dr Wandemberg Fortunato
Fisioterapeuta

Referências:

ALEXANDRE SIMÕES DIAS, Luiz Alberto Forgiarini Junior et al. Atendimento fisioterapêutico no pós-operatório imediato de pacientes submetidos à cirurgia abdominal. Jornal Brasileiro de Pneumologia, p. 455-458, 4 nov. 2008;

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