
Dados do Instituto Nacional de Câncer demonstram a prevalência do câncer de mama, responsável pelo óbito de cerca de 620 mil indivíduos no mundo. No Brasil, foram registrados 59.700 novos casos em 2019, o que representa cerca de 29,5% dos cânceres em mulheres. No Rio Grande do Norte, 800 casos foram computados somente no ano passado. Para se ter uma ideia da gravidade da doença, 16.069 mulheres faleceram por câncer de mama no país no ano de 2016. Apesar de rara, o homem também pode apresentar câncer em suas mamas (pouco desenvolvidas se comparado às mulheres, mas com alguma quantidade de tecido mamário) e aparentemente sua prevalência não atinge 1% dos casos.
Inicialmente, nódulos ou caroços indolores podem ser observados nas mamas de pacientes acometidos pela doença durante o autoexame, assim como alterações distintas na pele e na papila mamária, com a presença de nódulos na axila ou pescoço e até corrimento de secreção atípica pelas papilas mamárias.
No entanto, é o tratamento que pode se tornar um grande desafio para os pacientes que padecem desse mal. Na verdade, o tratamento é individual e depende de inúmeras variáveis tais como tipo e estágio do tumor, presença de metástase e recursos terapêuticos indicados como quimioterapia, radioterapia e/ou cirurgia, por exemplo. No entanto, fé e perseverança podem ser cruciais para dirimir a dor e o sofrimento do indivíduo.
Para a igreja católica e ortodoxa, o martírio e a devoção a Deus garantem à Santa Águeda da Sicília o título de padroeira de pacientes com câncer de mama, entre tantos outros títulos. Águeda ou Ágata teria vivido em Catânia (ou Palermo, ambas cidades da Sicília) em meados do século III D.C. Oriunda de uma família nobre e rica da região, teria dedicado sua virgindade à fé cristã aos 15 anos de idade, numa época de extrema perseguição ao cristianismo.
Segundo relatos, foi reiteradamente torturada pelo governador romano Quinciano e por uma mulher vil denominada Afrodísia a fim de que renegasse publicamente a sua fé. Após resistir às inúmeras investidas de seus detratores, Ágata teve os seios esmagados e cortados, o que a levou a bradar:
“Demasiado criminoso e tirano cruel, não tens vergonha de cortar aquilo em uma mulher que tu sugou em tua mãe, e da qual tu foste alimentado? Mas eu tenho meus seios inteiros em minha alma, da qual eu nutro todos os meus juízos, [e] da qual ordenei servir nosso senhor Jesus Cristo, desde o começo de minha juventude”.
Trancafiada numa prisão, sem comida ou atendimento médico, teria recebido a visita de São Pedro que lhe trouxe conforto e teve todas as suas feridas curadas. Ágata ainda teria sido humilhada e torturada pelo oficial antes que entregasse sua vida à Deus, dizendo:
“Senhor, meu Criador, tu sempre me protegeu desde o berço; tu me tirou do amor do mundo e me deu paciência para sofrer. Receba agora minha alma”.
Há inclusive uma oração dedicada aos enfermos de câncer de mama. Que Santa Ágata interceda por todos aqueles afligidos por essa enfermidade e lhes dê serenidade e confiança para superar todas as adversidades…