
Já pensou que uma vértebra pode se deslocar sobre as demais por algum motivo? Pois então, a espondilolistese (do grego spondylos refere-se à vértebra; olísthesis, deslizamento) consiste no deslizamento ou translação de uma vértebra sobre a outra, seja no sentido anterior ou posterior. Esse deslocamento pode retratar uma instabilidade na coluna que, apesar de poder acometer a população em geral, possui maior incidência em homens e em atletas. Não existem fatores pré-estabelecidos para esse “deslizamento”, mas considera-se que possa ser influenciado por traumas (fraturas agudas), má-postura, questões hereditárias, pico de crescimento e outros fatores biomecânicos (Tebet, 2014). Na verdade, existem diferentes tipos de espondilolistese.
É comum que indivíduos que tenham essa desordem sejam assintomáticos. Entretanto, quando a doença é sintomática, o primeiro sinal apresentado envolve uma intensa dor lombar, principalmente quando se tenta realizar um grande “arqueamento com as costas”, ou seja, uma hiperextensão lombar. Em casos mais severos, esse deslocamento da vértebra pode desenvolver uma estenose medular, um estreitamento do canal vertebral, que pode levar ao pinçamento de estruturas nervosas em seu interior.
O diagnóstico dessa desordem ortopédica pode ser obtido por meio de exames de imagem, e o tratamento consiste basicamente em fisioterapia, imobilização da região, uso de órteses e interrupção de exercícios físicos, entre outros. Quando o tratamento conservador não possibilita um resultado satisfatório, a intervenção cirúrgica passa a ser considerada.
*Ilustração: Laura Terriaga
Referência:
Marcos Antonio Tebet. Current concepts on the sagittal balance and classification of spondylolysis and spondylolisthesis. Rev Bras Ortop. 2014 Jan-Feb; 49(1): 3–12.