
Para se responder essa pergunta, é preciso abordar inicialmente o pH e os ‘’sistemas tampões’’ no organismo humano. O pH do corpo humano varia em uma estreita faixa entre 7,35 e 7,40, podendo oscilar para cima (alcalose) ou para baixo (acidose). Quando situações como as citadas ocorrem, o corpo de maneira inteligente busca formas de revertê-las e, para isso, utiliza-se dos tampões existentes, como o da hemoglobina, das proteínas e o principal, o tampão de bicarbonato.
A partir desse sistema de tamponamento, o ato de tomar um refrigerante (pH 2,4 – 3,5), ou outro líquido ainda mais ácido como o suco de limão (pH 2,1), não tornaria o sangue ácido, e o pH continuaria em sua faixa normal de funcionamento sem qualquer risco à saúde.
Em nosso estômago temos também o suco gástrico, que é formado majoritariamente pelo ácido clorídrico (HCl), e que possui o pH bastante ácido (pH 2 – 3). Quando se ingere refrigerante, este líquido entra em contato com o suco gástrico e ocorre uma maior formação de CO2. Em contato com a água, o CO2 gerará o ácido carbônico (H2CO3) que, por sua vez, entrará no tampão de bicarbonato citado anteriormente. Ah! E o CO2 que é gerado nesse processo é o motivo de comumente eructarmos, ou seja, ‘’arrotarmos’’, após bebermos rapidamente um refrigerante!
Referências:
Hopkins E, Sanvictores T, Sharma S. Physiology, Acid Base Balance. [Updated 2020 Sep 14]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2020 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK507807/