
Dentre as diversas curiosidades (e por que não bizarrices?!) da história anatômica, o Museé Fragonard certamente ocupa uma posição de destaque na história. Criado por Honoré Fragonard (1732-1799), um excêntrico anatomista e cirurgião francês nomeado por Luis XV para a escola veterinária de Paris, tem como acervo dissecações com corpos de homens e animais esfolados- os chamados écorchés. Das mais de 300 obras originais, somente 21 resistiram às intempéries e são exibidas diariamente no museu.
Os cadáveres eram dissecados e preservados com resina de lariço, um método ainda pouco compreendido e responsável pela preservação até os dias de hoje de parte do acervo original. As obras de Fragonard possuíam mais apelo teatral do que necessariamente científico. Este fato motivou-o a desenvolver e comercializar tais obras em casa, após sua expulsão da escola veterinária em 1771.

O écorché do “Cavaleiro do Apocalipse” é considerado a obra mais perturbadora do museu. Baseado na gravura “os quatros cavaleiros do Apocalipse”, de Albrecht Dürer, consiste em um homem com a pele dura, montado em seu cavalo, ambos esfolados, e rodeado por fetos humanos igualmente montados em fetos de cavalos e ovelhas…
Dr Bento J Abreu
Editor do site, professor, pesquisador e interessado em assuntos atuais