
Weslley Robson Mrques Silva de Freitas
A articulação talocrural ou simplesmente articulação do tornozelo, como é mais conhecida, é responsável por permitir a conexão da parte distal da tíbia e da fíbula com a parte superior do tálus. As extremidades da tíbia e da fíbula são unidas pela parte transversa inferior do ligamento tibiofibular, além das conexões via maléolos medial e lateral. Estes formam o encaixe maleolar (tal como uma pinça) entre as suas faces articulare e a tróclea do tálus, a qual é a face articular superior do tálus.

Essa articulação é classificada como sinovial com formato em gínglimo; logo, realiza os movimentos de dorsiflexão e flexão plantar. Curiosamente, quando o pé encontra-se em flexão plantar ou posição instável, é possível alguns graus de abdução, adução, eversão e inversão. Porém, a articulação também conta com uma estabilidade inerente devido à sua configuração óssea que forma um recesso profundo para o corpo do tálus, assim como a presença dos ligamentos colaterais (medial e lateral), a cápsula articular e a porção distal da membrana interóssea tibiofibular.



Além disso, a cápsula articular é reforçada pelos fortes ligamentos colaterais, os quais têm a função de limitar a inversão e a eversão, movimentos passíveis de lesão. O ligamento colateral medial (ligamento deltóideo) possui formato de leque, sendo composto por quatro partes contínuas e adjuntas, são elas: tibionavicular, tibiocalcâneo e as porções anterior e posterior do ligamento tibiotalar. Estes conferem um limite a eversão, sendo uma lesão menos recorrente devido a resistência desse complexo ligamentar. Por outro lado, encontram-se os ligamentos colaterais laterais, formados por três componentes separados: o ligamento talofibular anterior, talofibular posterior e o ligamento calcâneofibular. Estes limitam o movimento de inversão, contudo, são os mais acometidos nas entorses do tornozelo por serem mais propensos a serem lesados. Veja outro detalhes a seguir:


Referências
• MOORE, K.L; DALLEY, A. F; AGUR, A. M. R. Anatomia Orientada para Clínica. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
• STANDRING, S; Gray’s Anatomia: A base anatômica da parte clínica. 40. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.