
Indicar filmes não é uma tarefa simples. Além de critérios técnicos (que obviamente não possuo), envolve o perfil do telespectador, com seus gostos e afinidades, o ambiente em que se encontra e, inclusive, seu estado emocional em determinado momento. Mas é com essa ingrata tarefa que considero “Minha Vida” (My Life, 1993) uma grata surpresa, que você pode facilmente encontrar na plataforma Netflix.
Dirigido por Bruce Joel Rubin, roteirista agraciado com o Oscar por “Ghost, O Outro Lado da Vida”, o filme retrata a história de um bem-sucedido publicitário (Bob Jones) que, sabendo da gravidez de sua esposa (Gail) e tendo que lidar com um câncer terminal nos rins que o vitimaria em poucos meses, resolve fazer vídeos para seu futuro rebento. Nestes vídeos, conta um pouco de sua história, notadamente das agruras da infância, mostra amigos de outrora e familiares que não via há muito tempo; além de deixar registrados inúmeros conselhos (bons ou não) para o bebê. Com Michael Keaton e Nicole Kidman como protagonistas, o filme fala sobre a morte, dor, família mas, principalmente, perdão.
Interessantemente, o artigo de Paula e colaboradores (2017) toma a película para si e realiza uma verdadeira dissecação dos “estágios da morte de Elizabeth Kübler-Ross” no personagem principal; para tanto selecionando distintos trechos do roteiro.
São cinco os estágios da morte. Na negação, o primeiro estágio da classificação, o paciente toma contato com a condição e frequentemente reluta em aceitar a inevitável realidade. Subsequentemente, a raiva eclode e o indivíduo demonstra hostilidade com as pessoas ao seu redor. Ele tenta fazer concessões no estágio de barganha, talvez para ganhar maior tempo de vida. A próxima etapa é a de depressão, na qual o paciente fica mais introspectivo, isolando-se para se despedir do mundo; um caminho necessário para o estágio final (Paula et al., 2017). Finalmente, ocorre a aceitação. Trata-se de o estágio final no qual o indivíduo compreende a situação, não exibindo mais temor ou angústia; e prepara-se para o desfecho final.
Segundo os autores (não me admira que sejam estudantes / profissionais da enfermagem), o filme representa um útil recurso pedagógico que visa para favorecer a melhor compreensão sobre os estágios da morte. Recomendo que vejam esse excelente filme e, após, acessem o artigo aqui para melhor compreensão do assunto.
Referência
Tamires Ruana de Souza Paula, Moema da Silva Borges, Maria Emília Bottini, Mariana Cristina dos Santos Souza, Mariana dos Santos Ribeiro. ANÁLISE DO FILME MY LIFE SOB A PERSPECTIVA DO MODELO DE KÜBLER-ROSS. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro. 2017;7:e1594