Existem diferenças entre as escápulas masculina e feminina?

O dimorfismo sexual corresponde à diferença morfológica existente entre o macho e a fêmea de uma mesma espécie. O conhecimento dessas distinções torna-se essencial para a antropologia forense e para a prática da medicina legal.

Como é de conhecimento geral, a escápula é o osso triangular que está localizado no dorso do corpo humano. Apresenta uma face costal com uma fossa subescapular e impressões costais; a face dorsal possui a espinha da escápula que a divide superiormente em uma fossa supraespinal e, inferiormente, em uma fossa infraespinal. Contínuo com a espinha da escápula, há o acrômio lateralmente. Sua margem superior ainda possui um ângulo, processo coracoide e uma incisura da escápula. Na margem lateral há a cavidade glenoide, a qual se articula com a cabeça do úmero, possuindo um tubérculo supraglenoidal e infraglenoidal. Todos os detalhes podem ser observados no Guia Ilustrado de Anatomia Humana do Aparelho Locomotor.

Figura 1. Exemplo de uma escápula feminina, com um notável ângulo inferior estreito. Fonte: SCHOLTZ, 2010

Estudos prévio sugerem que escápulas femininas podem distinguir-se antropometricamente das masculinas pelas bordas, ângulos etc. No estudo de Scholtz e colaboradores (2010), onde foram utilizadas 90 escápulas ao total, a borda medial da escápula masculina apresentou-se com maior encurvamento que a feminina. Já a margem superior, que pode apresentar-se de diversas formas (Hrdlicka, 1942), demonstrou-se em mais curva nas mulheres, enquanto o ângulo inferior da escápula foi apontado como sendo uma estrutura mais quadrangular e larga nos homens, porém mais estreita nas mulheres. A diferença entre os ângulos inferiores também foi retratada no estudo de Santos e colegas (2012), ainda que a amostra experimental tenha sido menor, com apenas 22 escápulas.

Figura 2. Exemplo de uma escápula masculina, seu ângulo inferior é largo e sua borda superior é arredondada. Fonte: SCHOLTZ, 2010.

Jade Louise Alves Macedo Padilha Silva.

Acadêmica de Fisioterapia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Referências:

SANTOS, T. R.; MORAES, D. A.. Estudo do Dimorfismo Sexual de Escápulas Humanas em Vitória de Santo Antão – PE com Morfometria Geométrica. In: XXV Congresso Brasileiro de Anatomia, XIV Congreso de Anatomia del Cono Sur, XXXIII Congreso Chileno de Anatomia e I Encontro de Ligas Estudantis de Morfologia, 2012, Salvador, BA. O Anatomista – Ano 3 – Suplemento 1 – Dezembro de 2012.. São Paulo: Sociedade Brasileira de Anatomia, 2012. p. 450-450.

SCHOLTZ, Y., STEYN, M., & PRETORIUS, E.. A geometric morphometric study into the sexual dimorphism of the human scapula. HOMO – Journal of Comparative Human Biology, 61(4), 253–270. 2010.

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